Essas três perguntinhas eu escutei (e ainda escuto) desde o dia que “casei”, há 3 meses atrás, com a minha vaga: ser uma Business Analyst em um data centre em Kuala Lumpur. Muitas (muitas mesmo!) pessoas questionaram minha sanidade e o propósito de largar tudo (recém-formada, efetivada pós-crise, trabalhando em um grande banco) para me mudar para um país oriental, mulçumano e que sequer faz parte dos “famosinhos” Japão-China-Coréia do Sul para fazer um intercâmbio. E quer saber? Eu ignorei tudo isso e segui em frente!
Estou aqui na Malásia há quase 2 meses e posso dizer que estou adorando a experiência! Tenho a oportunidade de conhecer novas culturas, religiões, comidas e lugares que eu sequer tinha ouvido falar na vida e que me impressionaram muito. Fora conviver com pessoas de países nada típicos para nós brasileiros, como Estônia, Eslováquia, Filipinas, Polônia e claro, Malásia.
Claro que nem tudo são flores, mas a cada novo desafio ou choque cultural que encontro pela frente, aprendo uma nova forma de contorná-los e lidar com situações inusitadas. Seja no trabalho ou nas horas livres, é preciso ter muito jogo de cintura para não machucar/ofender ninguém e também aprender a ouvir/ver coisas que podem parecer bem estranhas ou até ofensivas .
Um pouquinho sobre o país: a Malásia é um país mulçumano e de colonização inglesa. Apesar da religião, o clima por aqui é bem sossegado. Como há outras duas etnias predominantes por aqui (chineses e indianos), vejo diariamente mulheres mulçumanas cobertas do pé a cabeça (algumas só com os olhos descobertos), indianas super coloridas com seus saris e bijuterias e chinesas com roupas que até eu, brasileira (!), me pergunto se não estão exageradamente curtas, tudo isso lado-a-lado. A língua oficial é o bahasa malayu, mas sinceramente, os locais só usam quando não querem ser entendidos pelos estrangeiros ou quando o inglês é MUITO ruim. Aqui todos aprendem inglês desde a pré-escola, o que torna a vida dos estrangeiros por aqui mais fácil. Mas claro que todos os sotaques e adaptações locais, como o uso de “lah” no meio ou final das frases, torna a compreensão não tão clara sempre. Outra língua MUITO falada por aqui é o chinês. A predominância é o cantonês, mas como o mandarim é o “chinês oficial” a maioria também se comunica nesse dialeto.