quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CHI CHI CHI LE LE LE, VIVA CHILE!! ( Danilo Tavares)

Olá pessoal, Tudo bom?
Espero minha experiência no Chile sirva para inspirar aqueles que buscam fazer um intercâmbio.
Tomei a decisão de fazer um intercâmbio durante o último semestre da minha graduação e tinha como objetivo embarcar numa viagem de no mínimo um ano para conhecer profundamente qualquer país desconhecido.
Depois de alguns meses e algumas tentativas consegui um MATCH com a empresa AREVA(ALSTOM) em Santiago no Chile. A oportunidade foi muito interessante, pois a empresa estava abrindo uma posição nova na empresa e gostaria de contratar um brasileiro. O gerente de RH da empresa era membro da AIESEC o que facilitou muito a minha integração tanto na empresa quanto fora dela.
O trabalho na empresa foi extremamente puxado, porém com a ajuda dos companheiros de trabalho tudo foi superado.
A minha vida fora da empresa foi muito bacana, pois convivi com outros 4 AIESECers: 1 chileno, 1 mexicana, 1 uruguaia e 1 suiça. Todos estavam fazendo intercâmbio profissional em outras empresas o que foi legal, pois sempre compartilhávamos nossas experiências.    
A cidade de Santiago é muito bem planejada e possui um transporte público de primeiro mundo. Para se ter uma idéia o metro de Santiago tem uma extensão de 84 km para 7 milhões de habitantes da região metropolitana, já em São Paulo o metro tem uma extensão de 69 km para atender 19 milhões.
O parque da cidade, o Cerro San Cristóbal, é um lugar onde os chilenos vão realizar atividades físicas e entrar em contato com a natureza. O parque possui um jardim japonês, piscinas a 880 metros de altitude e muito verde. Subindo no Cerro percebe-se como a cidade é pequena, pois podemos ver ela por completo.
Os chilenos no geral são muito amigáveis e simpáticos principalmente quando um brasileiro pede ajuda, já com os argentinos a história é outra hehehehe.
Durante os fins de semana e feriados, sempre buscava viajar para conhecer outras cidades. Ao final do meu intercâmbio pude conhecer boa parte do país e recomendo os seguintes destinos: San Pedro de Atacama, Punta Arenas, La Serena, Valle del Elqui, Isla Damas, Viña del Mar e Maintencillo.  
Justamente num fim de semana, tomando café da manhã, vi na televisão que um terremoto de 8,8 na escala Richter havia atingido o centro-sul do Chile. Como estava no extremo norte do país, no deserto do Atacama, nada aconteceu comigo. Felizmente todos os meus conhecidos estavam bem e minha casa estava inteirinha com exceção de uma rachadura na parede.
 Como o aeroporto estava completamente destruído tive que prolongar mais cinco dias em San Pedro do Atacama até conseguir voltar a Santiago.
Ao chegar a Santiago, tive a oportunidade de sentir algumas réplicas do terremoto. O terremoto gera uma sensação de medo e adrenalina ao mesmo tempo (pelo menos para mim). Fiquei feliz de ter vivenciado um fenômeno de explosão da natureza e de não ter sofrido nenhum arranhão.
Passado o terremoto fiquei mais alguns meses no Chile até meu intercâmbio chegar ao fim. Ao final do intercâmbio percebi que eu havia amadurecido muito pessoalmente e profissionalmente. A experiência ter encarado o intercâmbio no Chile pelo período de um ano me deu a oportunidade de conviver e de conhecer pessoas que jamais esquecerei. Sou imensamente grato a equipe da AIESEC-FGV por todo auxílio prestado durante meu intercâmbio. Já estou pensando em realizar o meu segundo intercâmbio num futuro próximo.  
Who is next??



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Índia, um pais fora do mapa - Amanda Meyer da Luz


O que deve falar um pai para o seu filho quando o seu filho apenas lhe informa que vai para a Índia, viver por dois meses e ponto decidido? Foi assim que começou o meu intercambio para  a Índia, na cidade de Jaipur pela AIESEC. Estava decidida a ir e nada iria me fazer mudar de ideia, nem mesmo os meus pais tentando me convencer do contrario e todos os contras. Arrumei minhas malas e parti para Nova Dehli, no dia 4 de julho de 2009, para esse pais tão estranho e diferente, mesmo que tão em voga quanto é estar eser protagonista da novela das 9. Minha primeira surpresa foi não receber a minha mala em Nova Delhi, pois ela foi perdida pela companhia área, sendo que só a recuperei na minha volta à Londres.
No entanto, sem pensar nos pesares, posso confirmar que foi a experiência da minha vida. Conheci as principais cidades desse pais maluco e ainda tive a experiência de participar de um projeto de voluntario pela Aiesec. O projeto consistia em visitar vilas e trabalhadores de minas de sal no interior do estado de Rajastão, um dos mais pobres do pais, junto com uma ONG que cuida dos “direitos” desses trabalhadores. O nosso trabalho e missão era chamar a atenção dos meios de comunicação da cidade e também do governo local a essa parte excluída da população que trabalha com salários mais que insuficientes e nas piores condições que se pode imaginar.
Como escutamos de um americano que conhecemos na Índia: Mas vale apena tanto esforço para mudar tão pouco em um mundo tão grande? Sim. Vale muito a pena. Saber que pelo menos você pode ter impactado a vida de uma Indiana de 12 anos e fazer com que ela pelo menos tente mudar a situação em que ela vive hoje já é mais do que gratificante. Repito que esta foi a experiência da minha vida e já tenho muito vontade de voltar. Tenho amizades que duram até hoje! Hoje em dia estou morando na Cidade do México, também pela AIESEC, e já encontrei dois amigos que também presenciaram essa aventura maravilhosa que foi viajar pela Índia. Uma aventura para lá de recomendada. 




terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fabíola Andrade - Trabalhando na Holanda

Oi, pessoas!

Volto a escrever aqui, agora já com mais de 6 meses de Holanda, com uma percepção maior sobre a cultura e a sociedade holandesa e, mais especificamente, sobre o ambiente corporativo.

Na Springer, a editora onde eu trabalho, por exemplo, eu notei que colegas de trabalho são apenas ‘colegas de trabalho’ mesmo – e não se transformam automaticamente em amigos com o tempo, como frequentemente acontece no Brasil. Pelo menos, esta é a minha impressão e também impressão de alguns trainees internacionais que conheci por aqui. A atmosfera de trabalho costuma ser amigável, sempre tranquila, mas não é comum que as relações de trabalho se transformem em amizade e nem em maiores intimidades. E o clima é quase sempre livre de estresse.

Aliás, outro ponto relevante nessa questão é o respeito que permeia todas as camadas do ambiente corporativo. Aqui não se vê gerente dando esporro em funcionário, pessoas falando alto ao telefone, funcionário arrancando os cabelos porque não conseguiu atingir sua meta, nem nada disso. Nesse ponto, tudo é bem tranquilo. É claro que tem pressão por resultados e há cobranças sim, assim como em qualquer empresa de grande porte em qualquer lugar do mundo. Mas eu sinto que aqui as coisas não descambam pro lado pessoal, fica num nível profissional e sem aquela carga emocional que geralmente causa estresse no trabalho. Trabalho é trabalho. E os holandeses levam isso ao pé da letra. Por exemplo, ninguém perde suas noites de sono e horas livres por causa de pepinos na empresa; mas também ninguém te convida pra uma baladinha no fim-de-semana. Cada um faz a sua parte. E normalmente no final do dia, lá pelas 18h, todos seguem tranquilos para suas casinhas, e de bicicleta! :p

Outra coisa legal que eu percebi no ambiente empresa é que não existe aquela barreira invisível que separa os estagiários dos gerentes, e os gerentes dos diretores, e estes dos vice-presidentes. Todos são tratados dentro da empresa – e, espera-se, tratam os outros também – de forma igual. Não rola aquela coisa de “você sabe com quem está falando?”, porque todos os funcionários normalmente são ouvidos e valorizados da mesma forma. Soa até meio utópico isso, mas na minha experiência até agora tem sido assim.

Um exemplo que acontece direto: um dia estava eu, sentadinha no refeitório Sodexo da empresa, no 10º andar, começando a almoçar – estava sozinha, naquele dia eu almocei muito tarde. Quando me viro, vem o VP da minha divisão e pede licença pra se sentar comigo à mesa, eu, uma mera estagiária. Foi um almoço normal, como qualquer outro, exceto por eu estar “confraternizando” com um VP da empresa. E acontece a mesma coisa com assistentes, estagiários, etc. Todos são tratados de forma igualitária, são ouvidos, e o mais legal: sempre são incluídos nas ocasiões sociais, conversas informais na salinha do café etc., sem preconceito de nível hierárquico.

Eu acho isso muito bacana na cultura corporativa holandesa. Não é só porque uma pessoa ganha mais e tem uma posição mais alta na hierarquia da empresa que ela necessariamente vai se distanciar do resto da equipe. :)

Enfim, estou achando a experiência toda muito rica, trabalhar em outro país, aprender sobre diferentes culturas e expandir os horizontes para além do Brasil está sendo muito legal, em um sentido muito mais amplo do que apenas na parte profissional. Eu recomendo muito. Aos futuros EP’s, GO FOR IT! :)